Tatiana Vitorino
Dietas da Moda – vantagens e desvantagens
Na origem da sua palavra, “dieta” significa “maneira de viver”, ou seja, está associado ao regime alimentar que habitualmente cada um de nós pratica. O facto de se adotar determinado tipo de dieta não significa que esta seja saudável e que contribua para o bem-estar do indivíduo e dos que o rodeia.
Dieta do limão, dieta cetogénica, dieta do ananás, dieta da sopa, dieta do jejum intermitente, dieta Dukan, dieta do ovo, dieta paleolítica, dieta dos 31 dias e até dieta da água são só alguns exemplos de diferentes métodos que diariamente ouvimos como que “milagrosos” para perder o peso indesejado.
Em primeiro lugar é importante esclarecer que para perder peso apenas é necessário que o consumo de calorias obtido através dos alimentos seja inferior ao gasto de calorias despendido durante o dia. Neste sentido, qualquer tipo de alimento pode ser base para uma dieta, ou seja, até podemos fazer a dieta da bola de berlim, onde a pessoa apenas come duas bolas de berlim por dia e perde peso. É saudável fazer isto? Claro que não, mas vamos falar um pouco sobre estes tipos de dieta.
Dieta do limão, do ananás, da sopa, do ovo...
De um modo geral, consiste em consumir quase exclusivamente esse alimento durante todo o dia durante um determinado número de dias. Até poderá ver algum peso perdido (maioritariamente devido à diminuição de água no corpo e um melhor funcionamento intestinal), no entanto, sendo muito limitada na variedade, é garantido que algum dos macronutrientes fundamentais para o correto funcionamento do organismo (proteínas, hidratos de carbono e gordura) vá ficar em défice, o que leva ao surgimento de sintomas como fraqueza, má disposição, stresse, náuseas, dores de cabeça e noites mal dormidas. Este tipo de alimentação também não é sustentável durante um longo período de tempo, o que leva a que quando a pessoa volta à “alimentação normal” retome os seus velhos hábitos e ao peso que tinha anteriormente.
Dieta cetogénica (ou low carb)
Consiste um consumo muito baixo de hidratos de carbono (pão, arroz, massa, batata, bolachas, fruta…) e que pode incluir ou não um elevado consumo de proteína (carne, peixe, ovos…) e de gordura (azeite, manteiga, frutos secos…). Quando o corpo não tem disponibilidade suficiente de hidratos de carbono, começa a utilizar a gordura como fonte de energia, o que poderá levar a uma perda de peso: quer devido à diminuição da massa gorda, quer devido à diminuição da quantidade de líquidos no corpo. No entanto, se não houver controlo das porções de proteína e gordura, não haverá défice calórico e a quantidade de massa gorda não vai baixar. Uma vez que o cérebro “se alimenta” maioritariamente de hidratos de carbono, na sua ausência é muito frequente a ocorrência de dores de cabeça e irritabilidade.
Dieta do jejum intermitente
Neste tipo de dieta não existem alimentos “proibidos” e “permitidos”, o método tem como base a restrição do consumo de alimentos durante um determinado período de tempo (horas ou dias). O facto de não se comer durante 16 horas (por exemplo), reduz a quantidade de vezes que se come ao longo do dia, no entanto, quando são feitas as refeições, tem que ser mantido um aporte calórico moderado, para que, no final do dia, o valor de calorias seja inferior ao que foi gasto e se consiga contribuir para a perda de peso. Ou seja, não existe vantagem nenhuma em estar 16 horas sem comer e nas restantes 8 horas comer tudo “à vontade”. Os efeitos secundários também podem surgir neste tipo de dieta, sendo os mais frequentes a fome, a fadiga, a fraqueza e as insónias.
Dieta Dukan
Esta dieta está dividida em quatro fases, onde cada uma tem um período de tempo definido para ser seguida e um conjunto de alimentos que podem e que não podem ser consumidos. Ou seja, na 1ª fase apenas é permitido comer alimentos ricos em proteínas, sendo proibidos os hidratos de carbono. Na 2ª fase são introduzidos os legumes crus ou cozidos. Na 3ª fase é permitido o consumo de fruta e uma pequena porção de pão. Na 4ª fase já estão incluídos todos os alimentos, mas de forma moderada e que deve ser combinada com o exercício físico regular.
Este tipo de dieta pode trazer benefícios semelhantes à dieta low carb, como a redução de massa gorda e a consequente perda de peso, mas se for seguida durante um período de tempo muito alargado, poderá induzir um défice de micronutrientes (vitaminas e minerais), um aumento do colesterol, triglicéridos e glicose. A obstipação, o cansaço, a falta de concentração e a compulsão por doces também podem surgir nesta dieta.
Dieta paleolítica
Procura recuar aos hábitos alimentares praticados na Era Paleolítica, onde alimentação centrava-se no que a natureza tinha para oferecer e naquilo que cada tribo caçava, não existindo qualquer tipo de alimento processado. Este regime alimentar assenta numa elevada ingestão de proteína animal e num baixo consumo de hidratos de carbono e sal. Tendo em consideração que, na Era Paleolítica, o cultivo de cereais ainda não era praticado, o consumo de farinhas e derivados, como o pão, não são permitidos.
Os hidratos de carbono são obtidos através de vegetais e frutas (que podem ser consumidos de forma ilimitada). Os lacticínios não estão presentes neste tipo de dieta, ao contrário das gorduras que são uma das principais fontes calóricas deste regime alimentar. O baixo consumo de hidratos de carbono e a exclusão de alimentos processados pode ser uma boa ajuda no que toca à redução do peso. No entanto, a monotonia alimentar, a falta de alguns grupos de alimentos e a dificuldade de adaptação à alimentação “moderna” podem ser impeditivos da adoção deste tipo de dieta durante um longo período de tempo.
Dieta dos 31 dias
Apresenta como base a baixa ingestão de hidratos de carbono e um elevado aporte de proteínas. O seu protocolo divide-se em quatro etapas. Na 1ª etapa exclui-se o consumo de hidratos de carbono, à exceção do pão ao pequeno-almoço, os lacticínios são ingeridos de forma moderada, privilegiando-se assim o consumo de proteínas. Na 2ª etapa introduz-se gradualmente sopas e frutas. Na 3ª etapa entram os cereais integrais e as leguminosas e mais alguns legumes. A 4ª etapa é onde de inclui todos os restantes alimentos, sempre de forma controlada.
Entre os benefícios desta dieta está a elevada saciedade proporcionada pelo consumo de proteína e a possibilidade de perda de peso devido ao baixo valor calórico diário, no entanto, à semelhança de outras dietas, o baixo aporte de hidratos de carbono pode induzir o cansaço, a dificuldade em dormir, a irritabilidade e enxaquecas.
Apesar de existirem diferentes métodos, verificamos que o objetivo é sempre o mesmo: reduzir o consumo de calorias ao longo dia, no entanto, este pode ser feito de formas mais ou menos saudáveis, com mais ou menos vantagens e desvantagens. Devemos ter sempre em consideração que qualquer que seja o tipo de dieta, esta deve ser equilibrada, variada e adaptada às necessidades, gostos e rotinas de cada pessoa, para que os resultados obtidos no que toca à perda de peso, sejam duradouros e estimuladores do bem-estar quer físico e mental.
Queres saber quais o regime alimentar que melhor se adequa a ti? Fala connosco!! Tatiana Vitorino orienta-te ao longo de todo o processo.