Aromaterapia: o que é e para que serve

A Aromaterapia como a conhecemos hoje, surgiu no início do século XX, no ano de 1928 através do físico francês René Maurice Gatefossé, que ficou conhecido como o pai da aromaterapia. No entanto, a sua origem remonta ao período de 3.000 a 2.500 anos a. C., havendo evidências históricas da sua utilização tanto no Egipto, como na China e na Índia.

Na sua base, a aromaterapia utiliza os óleos essenciais para obter um bem estar físico e emocional. Os óleos essenciais são concentrados, extraídos das plantas, flores, frutos, raízes. São obtidos, na sua grande maioria, por um processo de destilação ou de pressão a frio. Este modo de processamento permite preservar os compostos voláteis da planta, de forma altamente concentrada. Evaporam facilmente quando expostos ao ar e devem ser mantidos ao abrigo da luz em frascos de vidro escuro.

A Organização Mundial de Saúde - OMS - estima que cerca de 80% da população use plantas medicinais e aromáticas em cuidados de saúde básicos.

Os óleos essenciais são aplicados por via externa, por inalação, massagens, banhos aromáticos, etc. O facto de serem lipossolúveis permite que quando utilizados topicamente se dê a sua absorção na pele e a entrada na corrente sanguínea.

É importante falar dos cuidados de uso dos óleos essenciais, devido à sua alta concentração de compostos químicos naturais, que podem causar irritação cutânea e, em alguns casos, podem ser dermo-cáusticos:

• Nunca aplicar óleo essencial puro na pele;

• Evitar a exposição solar por cerca de 10h/12h após a aplicação, em especial os óleos de origem cítrica;

• Para uso tópico, TODOS os óleos essenciais devem ser diluídos num óleo vegetal, como por exemplo, o óleo vegetal de semente de uva, de amêndoas doces, de coco ou um creme de base neutra.

• Não devem ser usados, sem a avaliação de um aromaterapeuta, em grávidas, idosos, crianças até aos 3 anos e em pessoas com patologias associadas, tais como epilepsia, tensão alta, entre outras.

Benefícios terapêuticos da Aromaterapia

Entre os seus benefícios encontramos uma ampla gama de propriedades terapêuticas e até curativas, tais como estimular a regeneração celular, aliviar dores e equilibrar as disfunções emocionais.

Vamos entender porque isso acontece. Os óleos essenciais são formados por diferentes princípios ativos devido à sua complexa composição química. Alguns óleos chegam a conter 300 compostos diferentes, podendo um mesmo óleo ter resultados terapêuticos em diferentes áreas e agir de maneira diferente em cada pessoa que o utiliza, pois, tal como os óleos, cada copo é único e tem as suas próprias características biológicas e químicas.

Encontramos também o mesmo composto em diferentes óleos essenciais, ainda que com efeitos e aplicações diferentes, devido à diferente percentagem presente em cada óleo e aos restantes compostos. Daí a importância de o uso dos óleos essenciais ser efetuado por quem conhece a fundo as suas composições químicas, propriedades e aplicações.

São bem conhecidas as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais no que diz respeito ao seu uso no equilíbrio da ansiedade, insónia e depressão. Outra aplicação bem conhecida é nos cuidados cosméticos, quer da pele quer do cabelo. Aliados aos óleos vegetais, também eles com propriedades terapêuticas diferenciadas, são o par perfeito nestas aplicações.

Utilizados para hidratar, tonificar, reduzir as rugas e não só. Há também aplicações terapêuticas em situações de queimaduras, para acelerar processos de cicatrização, combater a queda de cabelo e até estimular o seu crescimento. Muito utilizados também em situações comuns do nosso dia a dia, como dores de cabeça, acne, dores musculares e neuropáticas, hematomas, para relatar apenas alguns exemplos.

Nada disto é por “milagre” ou “magia” e devido à sua complexa composição de compostos químicos que desempenham um papel fundamental na vida da planta, como autodefesa, atração de polinizadores e proteção contra a perda de água e regulação de temperatura. É com esse mesmo princípio que atuam no nosso organismo. Mas noutra altura voltaremos a falar desta complexidade química mais detalhadamente.

Os óleos essenciais são poderosos aliados no encontro de uma melhor qualidade de vida e bem-estar, quando usados de forma consciente e em segurança, com o apoio de um aromaterapeuta.